ANDIROBA /MG: APELIDOS
De acordo com o dicionário Aurélio,
apelido ou alcunha é cognome geralmente depreciativo que se põe a alguém e pelo
qual fica sendo conhecido, tirado de alguma particularidade física ou moral. Já
epíteto é uma palavra ou frase que qualifica pessoa ou coisa, tornando-se, no
caso de pessoa, quase sempre um apelido.
Na verdade, apelido é o sobrenome, ou seja, o
que está relacionado com a ascendência do indivíduo. Mas, para efeito deste
artigo, o que interessa é a definição popular, conjugando-a com as definições de
alcunha, cognome, vulgo e epíteto constantes nos dicionários.
Nesse
sentido, os apelidos surgem em função de
alguma particularidade física ou moral, de alguma qualificação boa ou ruim com que alguém é
conhecido ou como uma forma de expressar carinho.
Assim, têm-se os seguintes exemplos de
apelidos mais comuns: Indivíduo loiro: Alemão; negro: Pelé; mau: Hitler; bom:
Madre Tereza; econômico: Turco; estrangeiro: Gringo, etc.
Portanto,
embora haja diferença na definição de apelido e epíteto, o fato é que este se
torna aquele ou cognome ao ponto de ser obrigatório o seu uso após a palavra
vulgo, sempre que tiver que fazer referência ao nome do indivíduo, como no
seguinte exemplo: O Fulano de tal, vulgo alemão.
Já os apelidos carinhosos,
hipocorísticos, conforme consta no Aurélio, geralmente são caracterizados pela
utilização de sufixos diminutivos acrescidos ao nome ou de palavras no
diminutivo. Exs: Ivanzinho, Carlinhos, Marquinhos, Bibi, Didi, Lulu, Vavá,
Zezé, Zezinho. São apelidos muito utilizados em qualquer parte do país,
principalmente entre pais e filhos e entre os casais. Aliás, os apelidos entre
casais merecem destaque, visto que há muitos que chegam a ser engraçados, não
para quem os utiliza, é claro, como por exemplo: amorzinho, chuchuzinho,
amoreco, tutuquinho(a), fofinho(a),
príncipe, princesa, rei, rainha, gatinho(a), moranguinho, mô, benzinho(a),
minha flor, zeni, ...(CHEEEEEGA!!!!).
O certo é que o apelido não depende
da vontade da pessoa e quando “pega” o nome (de registro) passa a ser apenas
para assinatura e preenchimento de fichas cadastrais, pois no dia a dia é a
alcunha a única utilizada, chegando ao ponto do nome não ser lembrado até mesmo
pela própria pessoa. Quem assistiu à entrevista do Baiano no blog http://andirobaexiste.blogspot.com/ percebeu que isso,
embora possa parecer um absurdo, é possível e existe.
Outra observação digna de registro é
o fato de que os apelidos são muito mais comuns nas pequenas e médias cidades.
Não se trata, obviamente, de estatística, mas é provável que o contato diário
entre as pessoas, a partilha das alegrias e tristezas, a sobra de tempo para o
ócio que uma pequena cidade proporciona,
favorecem as imaginações de todos. Constata-se ainda que os apelidos, mesmo que
não sejam carinhosos, são perfeitamente aceitos e a pessoa, depois de algum
tempo, acostuma-se com o novo nome que lhe foi atribuído. Aliás, a experiência
mostra que quanto mais o indivíduo demonstrar irritação por causa do apelido
mais ele é utilizado, chegando ao ponto em que não adianta mais se irritar uma
vez que o seu nome foi esquecido por todos.
Voltando um pouco no tempo pode-se
constatar que apelido ou alcunha ou cognome ou epíteto são utilizados desde a
antiguidade. Os filósofos da Grécia antiga, por exemplo, são distinguidos pelos
locais onde nasceram, como Tales de Mileto (colônia grega na Jônia, atual
Turquia) e Pitágoras de Samos (ilha grega no leste do mar Egeu). Os reis e papas até hoje se utilizam de
cognomes, como Alexandre o Grande, Ricardo Coração de Leão e Bento XVI.
O
Brasil na época do Império, que vai da proclamação da independência até a
proclamação da República, foi governado, além dos regentes, por dois
imperadores: D. Pedro I e D. Pedro II.
Esses nomes, embora tenham sido escolhidos para dar seguimento à
linhagem da família real, são alcunhas que, certamente, facilitaram bastante as
vidas dos imperadores nos momentos de despacharem a assinarem os inúmeros documentos
oficiais, uma vez que os nomes completos de ambos são compostos de mais de uma
dezena de sobrenomes, quais sejam:
D. Pedro I: Pedro de Alcântara Francisco António João
Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano
Serafim de Bragança e Bourbon;
D.
Pedro II: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo
Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael
Gonzaga de Bragança e Habsburgo. (fonte Wikipédia).
No período republicano alguns
presidentes do Brasil ficaram mais conhecidos pelos seus apelidos do que pelos
nomes verdadeiros, p.ex: JK (Juscelino Kubitschek), Jango (João Goulart) e José
Sarney (José de Ribamar). O atual ocupante do Palácio da Alvorada é um exemplo
típico do indivíduo que se acostuma tanto com o apelido que o adota como nome
e, mais , ainda, o acrescenta em seu registro como sobrenome. Com efeito, o
apelido de Lula, que Luiz Inácio da Silva ganhou nos tempos de liderança
sindical, foi incorporado ao seu nome em 1982, por meio de retificação de
registro, passando a assinar Luiz Inácio Lula da Silva.
Portanto, não é de se
estranhar que o Baiano prefira mais seu apelido a seu nome, embora não seja ele,
ainda, um presidente da república.
Muitos
são os políticos que se utilizam de apelidos nas campanhas eleitorais como
forma de chamar a atenção dos eleitores, prevalecendo os que se referem a
animais. São tantos que podem levar os ouvintes desavisados a pensarem
tratar-se de uma propaganda de algum zoológico de grande porte.
Também
os artistas e atletas ficam conhecidos apenas pelos seus apelidos. Eis alguns
exemplos: Didi (Renato Aragão), Dedé (Manfried
Sant'Anna),
Mussum (Antônio Carlos), Zacarias (Mauro Faccio Gonçalves), Zeca Pagodinho (Jessé
Gomes da Silva Filho), Martinho da Vila (Martinho
José Ferreira), Pelé (Edson Arantes do Nascimento),
Garrincha ( Manuel Francisco dos Santos),
Tostão (Eduardo
Gonçalves de Andrade), Vavá
(Edvaldo Izídio Neto), Guga (Gustavo
Kuerten) etc.
Enfim,
chegou o momento de mostrar ao mundo quantos e quais são os apelidos mais
famosos da pequenina Andiroba, valendo ressaltar que, embora haja muitos
apelidos engraçados, a presente divulgação não tem cunho depreciativo. Trata-se
de uma forma de homenagear a comunidade de Andiroba, trazendo os apelidos e
nomes de pessoas dignas e que merecem o respeito de todos. Aliás, diferentemente
dos habitantes das grandes cidades que são conhecidos apenas pelos respectivos
números do CPF ou CI, os cidadãos de Andiroba têm orgulho de possuírem dois ou mais nomes pelos
quais são respeitados e conhecidos por todos. São eles:
1.APELIDOS
ZÔO:
Boi Ladrão: é o apelido do Pelé e ambos são os apelidos do Reginaldo.
Burrão : Vicente. Burrinho: Edson Queixo de Burro: Henrique
Calango Verde é o apelido do Coelho e ambos são os apelidos do Gérson
Calango preto é o apelido do Coelho e ambos são os apelidos do Ednei
Calanguinho: Jean Carijó (galo): Raimundo
Camarão: Márcio Cobrão: Júlio Corujão: Márcio Dragão: Marquinhos Gambazinho: Evânio Guaxinim: Marcos
Jibóia é o apelido do Luiz das Cabritas e ambos são os apelidos do Luiz Pereira.
Leitão: Jeferson Lobão: Cosme Sô Lobo: José
Sarapó: Gestal Sapão: Márcio Tiu:
Hamilton e
Zé Galinha: José Barbosa
2.APELIDOS VARIADOS:
A- Amarelo: Renato. Alô:
José Luiz
B- Bereco: Carlos Bigode: Jaime Buiu:
Alan
Botão: Eudes Bi:
Cleiton Beiçola: Geraldo França
Beiçola: Rômulo Branco: Adailton Bocão: Toninho=Antônio
Brito: João Birico: Eduardo Bornal: Adelson
C- Cabeuça: Evânio Carioca: Jerônimo Cavaquim: Cássio
Cerão: Boneco=Edmar Chibil: Edilson Caraba: Edualdo
Canecão: Geraldo Chuchu: Carlos.
D- Du:
Eduardo Dedé:
Paulo Duca:
José Ribeiro
Dekinha: Juracy Dozim: Doriedson Dumonstro: Eduardo
F- Fia:
Cecília Flor:
Flordeliz
G- Guioday/ Jioday: Edeson
I- Índio: Antônio Inchadinho: Valdemir
J- Jota:
Sérgio Juá:
Deividson João do Boi: João
L- Lô:
Cleide Luana: Wanderley Luquinha ou culuca: Geraldo
(Tia) Lia: Maria Lia:
Maria Leleco: Alexander
M- Mangabeira: Lúcio Mundim: Raimundo
Margarida: Vander Mulatinho: Sebastião.
N- Niguita: Janira Ninika: Quitéria Nikito: Manoel
Nuca: Edna Nen:
Ronald Nena:
Irislene
Nonô: Ademir Nen:
Adenauer
P- Picote: Carlin=Carlos
Paraiba: José Piçarra: Antônio
Pau rolô:
Hamilton Preto:
Wanderson Pezão:Adelson
Pico: Flávia dias Pé-na-cova: Milton
R- Rael
ou Israel: Gilmar
S- Santinho: Sanit’Clair Sem-Terra: Cláudio
T- Tico/ Barulho: Afonso Tatil: Otacílio Tuquinha: Carolyne
Tuquinho: José Gregório Tim:
Ailton Tampinha: Eldânio
Tupã:
Mateus.
V- Viúva do Etelvino: Eny
Z- Zequinha: José Henrique Zinha: Geovânia Zinha: Iris
3.APELIDOS CARINHOSOS
Carlinhos (Carlos Paixão), Gilmarzinho (Gilmar), Debrinha (Débora),
Ivinho (Ivo), Bidu (Abideu), Sô Li (Ely), Leo/Lé(Leonardo) Leninha, Flavinha, Moninha,
Sãozinha e Jôsi.
Esses são alguns exemplos (mais
de cem) que foram catalogados sem muito esforço e sem pesquisa de campo.
Evidentemente que muitos outros serão lembrados e relacionados oportunamente.
Também poderão ser feitas, em artigo próprio, algumas considerações a respeito
sobre como surgiram esses apelidos e, quem sabe, algumas histórias engraçadas
ou interessantes, como, por exemplo, um fato acontecido com o Alô (José Luiz):
Certo dia o Alô resolveu telefonar para um
parente seu. Comprou um cartão, dirigiu-se ao telefone público mais próximo e,
cuidadosamente, apertou as teclas referentes ao número previamente anotado num
papel. Aguardou os toques de chamada e escutou aquela saudação costumeira vinda
do outro lado da linha: -“Alô!”. Surpreendido, ele respondeu: -“Sou eu
mesmo. Mas como é que ocê sabia que era
eu que estava te ligando sô?”
Éder Ângelo Braga.
Colaboradores: Ju
(Juliana), Dé (André), Rael (Gilmar), Gilmarzinho, Leninha, Birico (Eduardo) e
Paulo Sérgio.
Para publicação no
blog de Andiroba: http://andirobaexiste.blogspot.com/.